Começou por se chamar freguesia de São João Baptista, sendo atribuído aos frades de Lorvão a origem do nome da localidade, tendo a maior parte do seu território passado a fazer parte do Mosteiro de Lorvão através de doações de particulares, no ano 967.
Administrativamente, chegou a pertencer ao concelho de Coimbra, tendo passado, na primeira metade do século XIX, para o concelho de Penacova. A Igreja Paroquial de Figueira de Lorvão pertencia ao convento (em Lorvão), sendo que as monjas possuíam o privilégio de ali mandar administrar sacramentos sem licença do Bispo.
Pouco se sabe sobre o nascimento da povoação e quando foi elevada a sede de freguesia, não existindo documentos sobre o assunto.
Não se sabe muito acerca da sua história, mas podem encontrar-se vestígios bastante antigos como por exemplo a casa senhorial "Casa dos Cedros". Sabe-se que a zona foi ocupada por imigrantes da Galiza que trabalhavam na agricultura para o Mosteiro de Lorvão. Por esse facto, ainda hoje as pessoas dizem palavras com sotaque galego.
Existiam pessoas chamadas de recoveiras que aceitavam encomendas de bens que iam buscar à cidade de Coimbra. Existiu também um asilo, junto à Igreja, onde hoje é o centro da aldeia, que acolhia crianças pobres.
Nos últimos duzentos anos conheceu um grande progresso e é uma das poucas freguesias em que o número de habitantes tem crescido sempre, de forma regular. Em 1757 tinha 228 fogos e, por volta de 1870, esse número tinha subido para 400, chegando a 581, em 1950.[3]
Também, na localidade de Mata do Maxial, segundo lendas, existiram Mouros e ainda há locais chamados de "Cova da Moura" , que segundo a lenda, teria um túnel secreto que ligaria a aldeia a Coimbra, também terrenos pertencentes a um Rei, que não se sabe qual exactamente, daí haver zonas como "Curral das Éguas" e "Chãs Del Rey", nomes esses de origem galega.
Mata do Maxial com nomes como “Curral das Éguas e Chã d’El Rey” será que havia ali um “Paço Real”?
A questão foi colocada nos anos cinquenta pelo Padre Manuel Marques, numa das suas crónicas no Notícias de Penacova. A ser verdade, terá existido “na zona conhecida por Paços de El-Rei que fica na linha Mata do Maxial - Monte Redondo, mesmo ao lado da antiga estrada que do Carvalhal, seguia para Lapa Ruiva, Coimbra e Souselas.”
Conta ele que ainda em rapaz subira “ao alto do cabeço” e qual não foi o seu “espanto” quando encontrou “na extensão de muitos metros quadrados, num local inteiramente rústico e ermo, por entre o mato, uma profusão enorme de cacos e telhas mouriscas partidas.” Fosse o que fosse “ali houvera em tempos idos casas ou quaisquer construções cobertas de telha”-pensou.
De salientar também que “a planura do monte é artificial, não é abaulado, mas perfeitamente nivelado, lembrando um terreno páteo bastante amplo e o xisto à vista sem terra alguma a cobri-lo.”
“Mais tarde – conta Manuel Marques - vim a saber que se chamava Chafariz a uma localidade contígua aos Paços de El-Rei e que para o lado oposto, na vertente voltada para o referido lugar da Mata do Maxial, se denominava Curral das Éguas.”
Foi então que lhe veio veio à mente a ideia de que seria algo mais: “No cimo daquele monte com despenhadeiro para nascente e sul – topografia escolhida pelos castelos medievais – era possível que ali tivesse construído uma Pousada algum dos Reis de Portugal.”
Tratar-se ia dos Paços de El- Rei? Para Manuel do Freixo (pseudónimo com que assinava a crónica Casos & Coisas) as dúvidas acabaram quando, certo dia leu “o treslado do Foral que demarcava o Couto de Monte Redondo, do tempo de El Rei D. Manuel, salvo erro.” O original está na Torre do Tombo no chamado Livro dos Pregos. É que – recorda - “lá se dizia que a linha demarcatória das terras do referido Couto, saindo do marco de Agrelo para a crasta de Botão passava junto dos Paços que tem El-Rei ao lado de Monte Redondo”.
MANUEL VIEIRA DOS SANTOS
Cónego e Arcipestre, Pároco de Figueira de Lorvão de Janeiro de 1914 a Outubro de 1966.
Completou cinquenta anos ao serviço desta Freguesia, onde desenvolveu grandiosa acção espiritual e material, destacando-se a reedificaçáo da Igreja Matriz, construção do asilo e orientação de inúmeras obras nesta terra.